Dream News (DN) – O que representa para si ser uma mulher de negócios?
Tânia Miller (TM) – Ser uma mulher de negócios representa, para mim, ser uma mulher que não tem medo de arriscar nem de trabalhar, entre muitas outras coisas.
DN – O que mais a fascina no mundo dos negócios?
TM – As probabilidades e a incerteza que nos move a andar para a frente, que nos instiga a criar, a ajustar, a coordenar e a fazer acontecer.
DN – Possui negócios ligados a que áreas e qual é o balanço que faz dos mesmos?
TM – Atualmente possuo negócios na área do Imobiliário e Desporto, sou fundadora e presidente de uma Associação Desportiva e tenho um Projeto de NetWork empresarial. No imobiliário já tive três empresas desde 2007, com equipas grandes e pequenas, em Franchising e como Franchisadora e atualmente com a WINGS – Investimentos Imobiliários, optei por uma estrutura mais pequena, focada num serviço de excelência e de proximidade, com uma carteira de clientes seletiva. Não garante um volume de faturação tão elevado como equipas grandes, mas garante um serviço único com taxa de satisfação de 100% para os clientes e para mim liberta-me para poder gerir o meu tempo de forma diferente. No Desporto, o X – The OCR Spot é um projeto recente, iniciado em Junho de 2024, um centro de treino dedicado á prática de corridas de obstáculos (OCR) que como qualquer projeto numa fase inicial tem dado muito trabalho e exige muita atenção e proximidade em várias frentes, mas que me dá muito prazer, quer pelo que representa para todos, quer pela minha paixão pelo desporto. O M´S Business Club conta atualmente com uma dezena de empresários, éramos o dobro, mas no fim do ano decidi selecionar os membros, pois cada vez mais prezo pela qualidade e não quantidade. Somos um grupo de empresários em várias áreas de negócio que se conhecem e confiam nos serviços uns dos outros, que criam valor ao grupo com partilha de conhecimento, sinergias de negócios, com várias empresas criadas entre os membros e convívio mensal presencial que nos permite estreitar laços e fomentar a confiança. A XTEAM OCR – Associação Desportiva, é uma associação sem fins lucrativos que alberga uma equipa de competição em OCR (Obstacle Course Race) inscritos na FPOCR, com quase 40 atletas nas Ligas Competitive e Elite e vários associados em modo lúdico. O objetivo da associação é apoiar os atletas e a modalidade, mas também ser uma resposta ao combate ao sedentarismo, comodismo e doenças psicológicas, incentivando e trabalhando nos praticantes, a capacidade física, autoconfiança, resiliência, mindset, espírito de grupo, inclusão e capacidade de solução de problemas.

DN – Na área do desporto também está focada em praticar, mas concilia com o prazer de ser CEO do X – The OCR SpotSpot… Sente-se feliz por treinar num espaço que foi delineado por si?
TM – Sim, na verdade grande parte da motivação para o criar adveio do facto de não haver na altura, em Lisboa, um espaço onde eu pudesse treinar e melhorar as minhas aptidões nas pistas de obstáculos. Apaixonei-me pela modalidade OCR no fim de 2023 numa primeira prova que fiz e desde então tem sido uma conquista diária e desafiante, como eu gosto. Já me federei e competi em 2024 na Liga Competitive da Federação Portuguesa de OCR, tendo conseguido fechar o ano como Campeã dessa liga, com 16 provas feitas ao longo do ano espalhadas por todo o país e estou atualmente inscrita na Liga Elite para esta época, o que representa uma exigência ainda maior como atleta.
DN – O seu dia é composto por quantas horas?
TM – Risos. É uma pergunta que me fazem muitas vezes, incluindo clientes, mas a verdade é que conciliar tudo é basicamente um jogo de estabelecer prioridades e capacidade de trabalho para conseguir concluir as tarefas no tempo dedicado a elas. Confesso que nem sempre é fácil conciliar tudo. Há dias difíceis em que preciso parar e respirar. Nem sempre consigo que os que me rodeiem acompanhem o meu ritmo e isso por vezes cria em mim uma sensação de frustração. Portanto, às vezes é preciso abrandar, organizar ideias ou simplesmente desligar uma hora até voltar. Conheço bem a minha cabeça e corpo e respeito-os muito, mas na maioria das vezes levo- -os muito perto do limite.

DN – Sendo mãe de duas gémeas, é fácil conciliar o mundo familiar com o dos negócios?
TM – Fácil? Não é. Sobretudo porque desde o dia em que as minhas filhas nasceram, há 18 anos, elas são a prioridade número um e não o digo como questão óbvia, digo-o como parte das minhas tarefas e trabalho. Desde que elas nasceram que a minha agenda foi feita em função da delas, mesmo que isso representasse noites em branco para conseguir ter tudo feito, como profissional, mulher e atleta, de forma a poder estar presente e acompanhar tudo o que considerava e considero importante no seu dia a dia e crescimento. Claro que atualmente com 18 anos, as necessidades e o tempo que me ocupam são totalmente diferentes. Não me posso esquecer da casa, refeições e gestão familiar. Depois há o marido, que tendo um ritmo completamente diferente do meu, o respeita e entende. A nível de tempo a dois, temos a sorte de partilhar a paixão pelo desporto, que já nos levou a ambos à prática de diversas modalidades em conjunto, partilhando os momentos, experiências e sensações. O desafio principal é gerir o dia para que me permita ter tempo para mim como atleta e mulher, para os que amo, para a casa e para todas as tarefas profissionais que parecem não terminarem nunca, sem dar em maluca e sem deixar de ter tempo para um ou dois momentos de contemplação e agradecimento pelas coisas simples, a que tanto dou valor e me recarregam a mente e a alma e me permitem seguir feliz.