Dream News (DN) – O seu entusiasmo pela fotografia começou, em Luanda, quando era criança?
Tânia Carvalho (TC) – Sim, a minha paixão pela fotografia começa em Luanda, Angola, aos meus 12/13 anos. A Escola Portuguesa de Luanda onde estudei, naquela época, tinha um pequeno contentor no qual um professor tratava do arquivo fotográfico da escola e que era a nossa câmara escura, onde se revelavam os rolos e os negativos da escola. Um pouco pela minha curiosidade e apoio do professor (Vítor) acabei por passar lá vários intervalos, fazendo o meu bichinho da fotografia crescer.
DN – Realizou algum tipo de especialização ou é autodidata?
TC – Na área da fotografia, até 2021, nenhuma. Sou autodidata no que toca à fotografia digital, na analógica tive quem me desse a mão e guiasse a minha curiosidade, como referi anteriormente. Não tirei nenhum curso de fotografia, simplesmente porque não calhou, já tinha a experiência e acabei por não precisar, também havia poucos cursos e ser fotógrafa era um pouco visto como passatempo e não um emprego. Felizmente o trabalho sempre se fez valer. Dito isto, sou licenciada pela FA-UTL em Estudos Arquitetónicos e tenho uma segunda licenciatura em Design. Desde 2021 que faço workshops e formações online sempre que posso, em várias vertentes da fotografia, marketing e web. É importante estar ciente dos processos de mudança e permanecer atual.
DN – O que a motivou para dedicar a sua vida profissional à fotografia?
TC – A fotografia estava presente no meu ensino básico e no secundário. Durante a faculdade pagou-me algumas contas e depois disso acabei por perceber, que mesmo tendo licenciaturas em áreas diferentes, o meu retorno à fotografia era constante. Assim, organicamente, acabou por fazer sentido seguir aquilo que faço de melhor e felizmente é também aquilo que me faz mais feliz.
Fotografar casamentos é estar presente num dos dias mais felizes da vida de alguém e ter acesso às suas histórias, dinâmicas familiares, às suas alegrias. E sinto isso como um privilégio muito grande.
Tânia Carvalho
DN – Que tipo de fotografia gosta mais de fazer? O que representa para si fotografar casamentos?
TC – Eu gosto de fotografar pessoas. Sou atenta aos detalhes e às histórias e creio que isso verte para o meu trabalho, em especial para aquele me é mais querido: os casamentos. Fotografar casamentos é estar presente num dos dias mais felizes da vida de alguém e ter acesso às suas histórias, dinâmicas familiares, às suas alegrias. E sinto isso como um privilégio muito grande.
DN – Criar o projeto, Tânia Carvalho – Romantic Wedding Photografy, foi um sonho que se concretizou? Tem sido um desafio?
TC – Sim, a minha marca, constituída pelo meu nome, já passou por várias transformações ao longo dos anos. A única coisa que eu sempre soube que queria, era que a marca fosse identificativa da pessoa que faria o trabalho, isto é, eu não sou equipa e a menos que haja um desastre, serei sempre eu a fotografar os trabalhos propostos. Quis também deixar explícito que a minha visão de um casamento é efetivamente muito romântica, eu acredito no amor e vejo a cumplicidade dos casais que fotografo com muito carinho e isso reflete-se na fotografia.

DN – Como funciona o processo de requisição de serviços prestados pela Tânia Carvalho – Romantic Wedding Photography?
TC – Há vários canais de contacto, seja pelo site, pelo Instagram, TikTok, etc. Mas, no geral, o mais usado é o site, onde tenho formulário e pelo qual respondo com mais rapidez. Depois do formulário estar preenchido, tento marcar uma vídeo chamada – um café dos tempos modernos. Depois disso, se houver empatia e o valor de investimento estiver dentro do orçamento, fica fechada a data para esse cliente.
DN – Que serviços existem à disposição dos clientes?
TC – O serviço é fotográfico com exceção da captura de vídeo em Super 8. Fotografo maioritariamente em formato digital, mas com uma crescente vertente analógica. Tenho vários pacotes, que variam conforme a necessidade do dia e do casal, que variam em horas e número de profissionais presentes no dia.
DN – Quando é requisitada para algum casamento que método de trabalho estabelece com os noivos?
TC – Quero sempre conhecer o melhor que posso, o casal e por isso acredito que a empatia é o primeiro passo fundamental para estabelecer uma ligação. Antes do casamento envio também um questionário com perguntas-chave sobre o casal e o seu dia que me ajudam a perceber dinâmicas familiares assim como a cronologia do casamento. Tento estar atenta à meteorologia e ver imagens ou visitar os locais onde será o evento para poder estar ambientada.
DN – Habitualmente, o trabalho que realiza fica disponível para os noivos passado quanto tempo?
TC – O meu prazo máximo é de quatro meses, sendo que a minha média é metade disso, dois meses. Gosto de entregar o trabalho com a memória do dia ainda fresca, sempre que possível.
DN – Sente-se feliz por registar e eternizar o dia mais feliz da vida dos noivos? Fotografa com alma?
TC – Trago sempre o coração ao peito e dou toda a minha alma aos noivos que me contratam e é uma das maiores razões para fotografar poucos casamentos por ano, a dedicação é maior e o esgotamento criativo é menor.

DN – Para além de fotografar casamentos, também realiza outro tipo de trabalhos? Quais?
TC – Apesar de o meu maior serviço ser casamentos, também fotografo ambiente familiar, batizados, aniversários e eventos corporativos.
DN – Caso haja necessidade, trabalha em todo o país ou dedica-se a alguma zona em particular?
TC – Apesar de residir na zona de Sintra, trabalho por todo o país e internacionalmente, já tendo fotografados casais em França, Espanha, Reino Unido e Grécia. Tenho um amor especial pela minha terra natal, Chaves, e gostava de ter mais casamentos por lá.
DN – Qual é o balanço do trabalho que tem desenvolvido até ao momento?
TC – É muito positivo. Sinto-me muito acarinhada pelos colegas da indústria e pelos clientes que têm surgido ao longo dos anos, trago comigo muito boas memórias e estou certa e muitas mais estão por vir.