Dream News (DN) – O que o moveu para adquirir a Quinta do Boiro, em 2020?
Diogo Caleiro (DC) – A aquisição da Quinta do Boiro foi um investimento imobiliário num ativo que, tanto eu como a minha esposa, identificamos como muito interessante. Em plena pandemia, casas de campo e quintas com o perfil da nossa, pareciam-nos ser uma excelente aposta para diversificar o perfil de imóveis que já tínhamos. Depois, descobrimos cada recanto da Quinta e apaixonamo-nos pela mesma. Com a curiosidade que faz parte do meu perfil, descobri o passado do espaço e entendi por poderia recentrar o perfil do imóvel assim como dos diversos espaços que o constituem. Aproveito para agradecer a todos os que me tem ajudado neste percurso em especial aos que diariamente trabalham comigo no projeto Quinta do Boiro. Nesta entrevista, pedi ao meu amigo de vida, Filipe Nunes, que me ajudasse a responder às questões uma vez que está comigo desde o início.
DN – Como define e classifica a Quinta do Boiro, dado que é um dos grandes ex-líbris do concelho de Alenquer?
DC – É um espaço elegante, confortável e clássico, mas com um toque de sofisticação absolutamente necessário para a funcionalidade do mesmo. Trata-se de uma Quinta repleta de episódios interessantes, por onde passaram algumas das famílias mais importantes do concelho assim como importantes personagens da história de Portugal. Reviver estes episódios e apresentar esta história constitui sempre uma premissa fundamental do nosso projeto.
DN – Qual é a área pertencente à Quinta do Boiro?
DC – A quinta possui cerca de 6 há e 3000 m2 de área coberta. Posteriormente à compra da quinta adquirimos mais cerca de 8 ha de vinha para podermos associar a Quinta, ao seu conceito e à sua identidade com um produto de excelência: a produção de vinho.
A Quinta do Boiro está preparada para um conjunto
alargado de eventos, sejam eles casamentos, batizados, aniversários e/ou eventos corporativos, festas de empresas, seminários e encontros de quadros.
DN – Qual é a história associada à Quinta do Boiro? Pode descrever a visão, a missão e os valores da Quinta do Boiro?
DC – Os primeiros registos da Quinta do Boiro remontam ao Século XIV. Encontrei depois uma atribuição de “vereação” destas terras a um tal de “Pedro do Boiro”. Este senhor havia sido cronista de D. João II. Existem alguns outros registos difusos, nomeadamente da venda de uma vinha desta Quinta já no Século XVI por um abade, mas o registo mais interessante está nas cartas da Índia. Nesta compilação de documentos encontramos a correspondência de compra da Quinta por um dos Juízes do Governo da Índia. Jorge de Amaral e Vasconcelos comprou esta Quinta e deu-lhe talvez os anos de maior notoriedade por ser ele importante personagem do Paço Real. Todos estes episódios históricos construíram uma identidade e um passado que tentamos manter vivos. Quanto à visão, queremos posicionar a Quinta do Boiro como um dos empreendimentos e espaços de referência da região, sempre assentes na autenticidade e responsabilidade social, contribuindo para a valorização do concelho e da região. A nossa missão é desenvolver e explorar áreas de negócio que nos diferenciem dentro da oferta existente dos demais operadores do mercado, indo de encontro as expectativas e anseios dos clientes aliando excelência do serviço, em simbiose com a paisagem natural e tipicidade da zona. Os valores são todos igualmente importantes, mas gosto muito de destacar três que são especialmente importantes: Qualidade, Inovação e Sustentabilidade.
DN – A Quinta está preparada para a realização de eventos de excelência? Que tipo de condições existem à disposição?
Filipe Nunes (FN) – Procedemos a alguns investimentos, para tornar a Quinta altamente aprazível, um local de excelência e referência, onde a qualidade e o bem-estar sejam a imagem de marca. Hoje orgulhamo-nos das várias reações que conseguimos proporcionar a quem nos visita e automaticamente nos dizem: “Que quinta tão bonita e bem cuidada!”. Este último aspeto é-nos particularmente sensível. Tivemos uma atenção redobrada em dotar a Quinta do Boiro com uma entidade própria, em termos os melhores elementos, sem desvirtuar as principais características dos espaços. Logo na parte de projeto e arquitetura e depois na execução. Há uma conexão entre todos os elementos, desde a porta de entrada, até ao canto mais escondido, e essa própria descoberta é algo que motiva quem nos visita, pois ficam agradavelmente surpreendidos à medida que conhecem a Quinta e cada elemento constitui um novo foco na sua estadia. Todas estas intervenções permitem que a Quinta esteja preparada para um conjunto alargado de eventos, sejam eventos sociais como casamentos, batizados, aniversários, sejam eventos corporativos, festas de empresas, seminários, encontros de quadros, sejam também estadias para pernoitar e usufruir dos encantos de Alenquer, ou mesmo jantares temáticos, provas de vinhos, jantares de fado, ou seja, conseguimos disponibilizar uma oferta muito abrangente. Gostamos de dar o exemplo de vários casais que vivem no estrangeiro e nos têm procurado para fazer, não apenas o casamento em si, mas também uma pré-festa no dia anterior, pois as condições que oferecemos proporcionam o cenário ideal para esse mesmo objetivo. Atualmente, temos noivos de várias partes do mundo e cujas famílias não se conhecem. Desde modo, e aproveitando as infraestruturas que a quinta tem, nomeadamente estadia, salões, piscina, campo, vinhas, quadra de ténis, fazem a tal pré-festa um dia antes do casamento onde todos os familiares terão a oportunidade em se conhecer, promovem jogos, pequenos beberetes, pequenas refeições etc., com o objetivo de quebrar o eventual gelo que exista e, depois, no dia do casamento já todos se conhecem e torna-se algo ainda mais aprazível.
DN – A Quinta do Boiro possui uma oferta muito diversificada. Que eventos que podem ser realizados no campo pessoal?
FN – Os vários espaços da Quinta permitem a realização de todo o tipo de eventos, desde um pequeno aniversário a um grande casamento. Organizamos batizados, aniversários, aniversários de casamentos, qualquer tipo de festa que tenham em mente conseguimos dar resposta. Temos salões e pátios mais pequenos que encaixam na perfeição para eventos mais recatados, e onde não se sinta que o espaço está “vazio”, até zonas amplas e agradáveis que permitem a estadia de um elevado número de pessoas. Já tivemos no mesmo dia, para o mesmo evento, um espaço dedicado à cerimónia civil, zona de jardim para cocktail, salão para o jantar, pátio dedicado exclusivamente para a pista de dança, uma zona de fotos, etc…
DN – A Quinta do Boiro também concretiza eventos na área do corporate?
FN – A área do corporate é também bastante interessante e com outro tipo de solicitações, nomeadamente na área audiovisual e da adaptabilidade das salas ao número de participantes. Tendo a Quinta várias opções conseguimos ir ao encontro do que é solicitado sem estarmos a fazer grandes adaptações e, por vezes, ficarmos com a sensação de que o espaço está como que “adaptado” ou improvisado para determinada situação. Conseguimos realizar jantares de empresas… Neste momento, já nos procuram para os famosos jantares de Natal, encontro de quadros onde muitas vezes vêm diretores de outros países e que nos escolhem por termos também a componente de estadia e usufruto de outras infraestruturas que a Quinta tem e não apenas uma sala onde se desenrolará o evento corporate.
DN – A Quinta do Boiro tem capacidade para juntar quantas pessoas em simultâneo num evento?
FN – A oferta de espaços, felizmente, é vasta e, como tal, sem qualquer tipo de improviso, conseguimos ir desde um pequeno aniversário com 20 pessoas, até um grande casamento com mais de 200.
DN – Quem quiser realizar um evento na Quinta do Boiro, como deve proceder?
FN – Basta escrever no google, Quinta do Boiro, e aparece logo o nosso contacto direto, sempre disponível. Depois temos todos os canais online, desde o nosso site, o Facebook, o Instagram e o e-mail. A partir de qualquer destas plataformas é possível enviarem-nos uma mensagem com o pretendido e, no espaço, de 24 horas receberão uma resposta e serão convidados para visitar-nos
DN – A Quinta do Boiro, no próximo ano, vai lançar um vinho muito especial?
DC – Sim. O projeto dos vinhos pretende trazer de volta a identidade da Quinta do Boiro, alinhada com a região. Este projeto começou a ser desenhado em 2022. Um produto de excelência que sublinhe e reforce as castas típicas da região numa enologia o menos interventiva possível. Tem sido um caminho difícil primeiro porque eu não sou da área e não percebia rigorosamente nada deste mercado e das suas particularidades depois porque o vinho representa um investimento a médio longo prazo em que cada passo hoje terá com certeza de ser sempre muito bem avaliado. Em 2025, vamos lançar os nossos brancos e tintos e esperamos que possam ser amplamente aceites pelo mercado. Iremos apresentá-los na nossa região porque entendemos que só a união entre os produtores locais pode conduzir ao fortalecimento da região. O Oeste ainda é bastante depreciado no que respeita a qualidade dos vinhos e temos todos, sob a agora designação de “Região de Lisboa”, trabalhar juntos para a valorização da mesma.
DN – Apostar no Enoturismo é imprescindível para a Quinta do Boiro?
DC – Sobre o Enoturismo tenho uma opinião muito própria: é importante, mas tem de fazer sentido e acrescentar valor. Não basta apenas organizar provas, mostrar as vinhas e receber pessoas na Quinta. Temos de desenvolver um conceito alinhado com a nossa estratégia e que mostre rigorosamente aquilo que são os nossos princípios e a nossa visão do mercado. Tenho visitado algumas unidades e posso dizer que tenho visto excelentes projetos, mas também alguns completamente desligados da essência do lugar onde habitam! Fazermos algo assim para mim não faz sentido nenhum! Tem de haver cuidado e alinhamento no produto.
