Dream News (DN) – Como e quando ocorreu a oportunidade para criar a Homage – Arquitetura & Design de Interiores?
Paula Calado (PC) – Foi algo que aconteceu de forma muito natural. Durante algum tempo fui sentindo aquela vontade de criar algo meu, com uma identidade própria, onde pudesse trabalhar à minha maneira – mais próxima, mais sensível, mais conectada com as pessoas e com a natureza. A certa altura, percebi que queria e tinha vontade de dar esse passo. A Homage nasceu assim, quase como uma extensão daquilo em que acredito enquanto arquiteta e pessoa. Queria um espaço onde pudesse dar voz a uma arquitetura mais humana, mais pensada ao detalhe… E foi aí que tudo começou.
DN – Como define e caracteriza o atelier de arquitetura que fundou?
PC – Eu costumo dizer que a Homage é muito mais do que um atelier de arquitetura – é quase um reflexo da forma como vejo o mundo. É um espaço criativo onde se pensa cada projeto com alma, com intenção e com muito respeito por quem o vai habitar. Gosto de acreditar que nos distinguimos por essa abordagem mais humana e sensível, onde a ligação à natureza, o bem-estar e os detalhes contam mesmo. Não fazemos nada em série – tudo é pensado à medida, com tempo e com cuidado. No fundo, a Homage é isso: um atelier que valoriza a autenticidade, a harmonia e a beleza que nasce da simplicidade.

DN – A Homage – Arquitetura & Design de Interiores dá vida às ideias dos clientes? Como?
PC – Sim, damos mesmo vida às ideias dos clientes – e é isso que torna cada projeto tão especial! O nosso processo começa sempre por conhecer bem quem está do outro lado: o estilo de vida, os gostos, os sonhos, até aquelas pequenas manias que fazem parte do dia a dia (às vezes é aí que está a chave!). A partir daí, vamos desenhando em conjunto, com muitas conversas e partilhas pelo caminho. Não impomos uma fórmula – adaptamo-nos, propomos, afinamos… até que tudo encaixe. E o mais bonito é quando o cliente se revê no espaço final e diz: “Isto sou eu”. Aí percebemos que conseguimos dar forma àquilo que, no início, era só uma ideia na cabeça ou uma sensação no coração.
DN – No vosso atelier e gabinete de arquitetura de interiores assumem o papel de elo de ligação entre o cliente e os diferentes intervenientes no projeto, acautelando a qualidade e correta execução?
PC – Sim, no nosso atelier assumimos um papel central enquanto elo de ligação entre o cliente e todos os intervenientes no projeto. Acompanhamos cada fase com rigor, desde a conceção até à execução, garantindo a comunicação fluída entre as partes, o cumprimento dos prazos e a qualidade do resultado final. Trabalhamos de forma integrada e colaborativa, assegurando que a visão do cliente é respeitada e concretizada com excelência.

DN – O atelier de arquitetura, Homage – Arquitetura & Design de Interiores, tem à disposição dos clientes várias soluções multidisciplinares/áreas de atuação… Quais são?
PC – No atelier Homage oferecemos aos nossos clientes soluções integradas através de uma abordagem colaborativa e equipas multidisciplinares. As nossas áreas de atuação incluem a integração de arquitetura, design de interiores, engenharia, paisagismo, sustentabilidade, entre outras especialidades. Este método permite desenvolver projetos de forma inovadora, sustentável, eficiente e com elevada qualidade, garantindo que cada fase – desde a conceptualização até à execução – contemple todas as dimensões funcionais, estéticas, ambientais e sociais, adaptando-se às complexas necessidades dos clientes e da sociedade atual.
DN – Pode descrever, cada uma, de forma resumida?
PC – Sim, na Homage trabalhamos várias áreas, mas a arquitetura está no centro de tudo – é a base onde começamos a desenhar espaços com intenção, beleza e propósito. A nossa abordagem tem um forte enfoque na ligação entre o espaço construído e a natureza, integrando luz natural, materiais orgânicos, texturas e elementos vivos que promovem bem-estar e equilíbrio. Acreditamos que a arquitetura deve servir quem a habita, mas também dialogar com o ambiente que a rodeia. Além dos projetos de raiz, fazemos também reabilitação de espaços existentes, procurando recuperar e valorizar o que já existe, sempre com uma leitura contemporânea e respeitadora da sua essência. O design de interiores, a consultoria criativa e a decoração surgem como extensões naturais deste processo – formas de garantir que cada projeto é pensado como um todo coerente, onde a funcionalidade, o conforto e a ligação ao mundo natural estão sempre presentes.

DN – A energia dos espaços, das pessoas e todas as emoções que elas passam são um “elixir” para todo o seu processo criativo?
PC – Sem dúvida! A energia dos espaços e das pessoas é mesmo o ponto de partida para tudo. Cada lugar tem uma história, uma vibração própria, e isso sente-se logo – seja pela luz, pelos materiais, pelo silêncio, pelos cheiros… E quando conhecemos as pessoas, percebemos ainda melhor o que o espaço precisa de ser. As emoções, os gestos, a forma como vivem ou gostariam de viver – tudo isso alimenta o processo criativo. É quase como um “elixir” mesmo, no sentido em que desperta a intuição e dá sentido às escolhas que vamos fazendo. Não se trata só de estética ou função, mas de criar espaços que acolham, inspirem e reflitam quem os habita. E é essa troca, entre o lugar e as pessoas, que nos motiva em cada projeto.
DN – Para si, a melhor gratificação é ver a felicidade nos olhos de cada cliente e os seus sonhos concretizados?
PC – Sim, para mim, não há melhor sensação do que ver aquele brilho nos olhos do cliente quando entra no espaço pela primeira vez e sente que é “o tal”. É aí que tudo faz sentido – todas as horas de trabalho, as decisões, os detalhes pensados com tanto cuidado. Ver os sonhos deles ganharem forma e perceber que, de alguma forma, contribuí para melhorar o dia a dia dessas pessoas… é mesmo a melhor parte do processo. É isso que me move e que dá significado ao que fazemos.

DN – Na sua opinião, enquanto arquiteta, deve haver o equilíbrio perfeito entre o espaço e a natureza? É fácil conciliar estes dois pontos?
PC – Sim, esse equilíbrio é essencial. Acho que um espaço só está verdadeiramente completo quando consegue dialogar com a natureza – seja através da luz natural, dos materiais, da ventilação ou até da presença de plantas e elementos orgânicos. Não é só uma questão estética, é mesmo uma questão de bem-estar. Agora – fácil, fácil – não é sempre! Depende muito do contexto – às vezes há limitações no terreno, nas regras urbanísticas, ou até no orçamento. Mas acredito que, com criatividade e sensibilidade, é quase sempre possível encontrar formas de trazer a natureza para dentro, mesmo que seja em gestos simples. E quando isso acontece, sente- -se logo a diferença no ambiente.

DN – Atualmente, como avalia o “mundo” da Arquitetura & do Design de Interiores?
PC – Acho que estamos num momento bastante interessante no mundo da Arquitetura e do Design de Interiores. Sente-se uma viragem… as pessoas estão cada vez mais conscientes do impacto dos espaços na sua saúde, no bem-estar, na forma como vivem o dia a dia. Já não se trata só de “ficar bonito”, mas de fazer sentido, de ter propósito, de ser funcional e acolhedor. Claro que ainda há muito ruído, muita coisa feita só para seguir tendências, mas também há cada vez mais profissionais e clientes a valorizar a autenticidade, a sustentabilidade e a ligação à natureza – o que, para mim, é um ótimo sinal. Acho que estamos a caminhar para uma arquitetura mais humana, mais sensível. E isso é mesmo inspirador.
DN – O que ambiciona para o Homage – Arquitetura & Design de Interiores para o futuro?
PC – O meu grande desejo para o futuro da Homage é que continue a ser um espaço de criação com significado, onde cada projeto conta uma história e faz realmente a diferença na vida das pessoas. Quero que o atelier evolua de forma orgânica, mantendo sempre a proximidade, a atenção ao detalhe e a ligação à natureza que nos define. Gostava também de explorar novos formatos, talvez projetos mais experimentais, parcerias criativas ou até áreas complementares que se cruzem com a arquitetura, mas sempre com o foco em criar espaços que inspiram, acolhem e refletem quem os vive. No fundo, o meu objetivo é simples: continuar a fazer isto com paixão e verdade.


 
			 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		